Micro Conto 01 - Capítulo 2


Ainda atordoado com a pancada na cabeça e sem entender ao certo o que estava acontecendo, Ele foi empurrado para o banco de trás de seu carro, juntamente com um sujeito de camisa vermelha, enquanto outros dois ocupavam os bancos do motorista e do carona, respectivamente. Todos mascarados. Com um gesto brusco, o sujeito que estava ao seu lado tomou-lhe a chave do carro e passou para o motorista, que deu a partida e ganhou a avenida rapidamente. Recompondo-se, Ele enfim percebeu que o sujeito de trás apontava-lhe uma arma de fogo. Assustado, começou a pedir calma aos sujeitos, oferecendo tudo que eles quisessem: “Calma, gente, calma. Eu não vou reagir. Peguem minha carteira, meu celular e o carro se quiserem. Eu não vou fazer nada...”. De certa forma, ele ainda continuava se sentindo relativamente calmo. Durante os últimos anos os relatos de assaltos, “saidinhas bancárias” e sequestros-relâmpagos tinham se tornado rotina entre familiares, amigos e colegas de trabalho em sua cidade. Toda semana alguém de seu círculo de relacionamento mais próximo era vítima de algum tipo de roubo. Mas então algo aconteceu que lhe deixou claro que aquilo não era um assalto comum.

O capítulo 3 será publicado amanhã, pontualmente às 8:00.

Capítulo 1
Ele saiu da aula de pós graduação no horário costumeiro. Deixou o prédio da universidade, alcançou a rua e se dirigiu até o carro. Tinha parado o veículo mais distante dessa vez, já que, como havia se atrasado na chegada, não haviam mais vagas disponíveis próximas ao prédio da instituição de ensino. A rua ainda estava movimentada: a maioria dos cursos de pós graduação acabavam no mesmo horário, 22h15. A cerca de 10 metros do carro seu celular tocou. Colocou a mão dentro do bolso, pegou o smartphone novo que tinha adquirido a menos de um mês, estranhou o identificador de chamadas constando “número confidencial”, mas imaginando se tratar de algum serviço de telemarketing, atendeu. Do outro lado da linha, uma voz masculina, grave e rouca perguntou se Ele era ele. Ele respondeu que sim e perguntou quem estava ligando. Neste exato momento, chegou ao carro: acionou o botão da chave elétrica e quando colocou a mão na porta, concentrado na voz que falava alguma coisa muito baixo ao telefone, foi surpreendido por um golpe na cabeça, seguido por um empurrão e uma voz dizendo: “vumbora, rapá, entra no carro agora!”

Capítulo 2
Ainda atordoado com a pancada na cabeça e sem entender ao certo o que estava acontecendo, Ele foi empurrado para o banco de trás de seu carro, juntamente com um sujeito de camisa vermelha, enquanto outros dois ocupavam os bancos do motorista e do carona, respectivamente. Todos mascarados. Com um gesto brusco, o sujeito que estava ao seu lado tomou-lhe a chave do carro e passou para o motorista, que deu a partida e ganhou a avenida rapidamente. Recompondo-se, Ele enfim percebeu que o sujeito de trás apontava-lhe uma arma de fogo. Assustado, começou a pedir calma aos sujeitos, oferecendo tudo que eles quisessem: “Calma, gente, calma. Eu não vou reagir. Peguem minha carteira, meu celular e o carro se quiserem. Eu não vou fazer nada...”. De certa forma, ele ainda continuava se sentindo relativamente calmo. Durante os últimos anos os relatos de assaltos, “saidinhas bancárias” e sequestros-relâmpagos tinham se tornado rotina entre familiares, amigos e colegas de trabalho em sua cidade. Toda semana alguém de seu círculo de relacionamento mais próximo era vítima de algum tipo de roubo. Mas então algo aconteceu que lhe deixou claro que aquilo não era um assalto comum.

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