33. Cotidiano Urbano Insano


No cotidiano urbano insano
O dia precisa ter trinta horas
E nem todos os dias do ano
Dão conta de cada demanda que aflora

No cotidiano urbano insano
Tudo é feito de atropelo
O tempo é insuficiente pros planos
No fim do dia bate o desespero

No cotidiano urbano insano
Achamos que dá fazer tudo um pouco
O sono é o primeiro a entrar pelo cano
E vivemos todos como bando de loucos

No cotidiano urbano insano
Há milhares de armadilhas
Mas é possível rever tal engano
E viver a vida de forma tranqüila

Dicas para driblar o cotidiano urbano insano em que vivemos:

1. Primeiramente, assimile que:

1.1. Toda escolha é uma renúncia;

1.2. O dia tem 24 horas;

1.3. São necessárias 8 horas de sono;

1.4. O trânsito não vai melhorar.

2. Não programe eventos demais para o dia. Para quem trabalha entre 6 e 10 horas diárias, inglês, atividade física, série de TV e o livro da vez em um único dia, serão impossíveis. Quem tenta viabilizar essa intenção se estressa no trânsito, chega atrasado aos compromissos, não faz nada direito. E na hora de sacrificar algo, abre mão do sono. O que contribui para um dia seguinte com mais estresse, mais atraso e mais café.

O trabalho e apenas um evento antes de ir para casa seria o recomendável, para poder ver um pedaço da novela e ler mais um capítulo do livro em paz. Se o inglês ou a pós graduação ocupam 2 dias, deixe a atividade física para os outros 2 e a noite de sexta-feira livre. Ah, quer desenvolver o projeto de corpo mister universo/ panicat que impõe malhação diária? Legítimo... Mas melhor deixar o inglês ou a pós para outro momento.

3. Estipule um horário para ir para cama e controle esse horário com rigor neurótico. Mas para tal, será fundamental implementar a dica nº 2 com sucesso.

4. Uma vez assimilado que o trânsito não vai melhorar, programe deslocamentos com antecedência e com música. Muita música. Nos autofalantes do carro ou nos fones de ouvido em ônibus, metrôs ou táxis, ouça suas músicas preferidas.

5. Seja racional e preciso no quanto pode dar conta de tarefas no trabalho. Às vezes assumimos mais responsabilidades no intuito de nos mostrarmos (e nos sentirmos) mais e mais necessários, e acabamos trabalhando cada vez mais, sem nunca conseguir dar conta da cota diária, ficando constantemente com a sensação de frustração pelas tarefas não executadas a tempo.

6. Invista no seu autoconhecimento. É essencial para fazer escolhas, a partir de prioridades. O cotidiano urbano insano impõe deixar muitas atividades de lado. Focar no essencial é essencial. Caso contrário, tentará fazer de tudo um pouco. Será desgastante, estressante e fará mal feito.

Cabe esclarecer que todas as dicas são bem particulares, fruto da minha experiência pessoal. No fim das contas, são mais dicas para mim mesmo do que para qualquer outra pessoa. Mas pode ser que alguém se identifique. Não acho difícil nos tempos corridos atuais...

Há ainda uma última dica, talvez a mais importante. Inclua e priorize na sua programação do cotidiano urbano insano o convívio com as pessoas mais importantes de sua vida: pais, avós, filhos, irmãos, maridos, esposas, namorados (as), amigos, enteados.

Do que adianta ter o corpo perfeito se mal convive com a namorada para exibi-lo. De que adianta ter uma carreira brilhante, se não tem com quem partilhar os frutos do sucesso profissional?  De que adianta se matar no trabalho para prover os filhos com um certo padrão de vida, se não convive com os próprios filhos?

Acho que com um pouco de boa vontade, é possível transformar o cotidiano urbano insano numa semana urbana bacana.

Sds,

Hugo

PS 1: Não acho bacana esse adjetivo “bacana”. Muito genérico e superficial. Mas me permiti utilizá-lo no texto dando preferência à forma, no caso, rimada. O pior é que normalmente também não curto quando a forma prevalece ao conteúdo.  Como toda dica exposta acima, as regras têm suas exceções.

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