28. Quarta-feira 13



Copo d’água. Olhos entreabertos. Olho na tela. Atualização. Pensamento no passado recente. Por que fez aquilo? É idiota? Olhos fechados. Breve cochilo...

... Copo d’água. Olhos entreabertos. Remela no olho. Atualização. Pensamentos entreabertos. Por que não fez aquilo? É imbecil? Punhos fechados...

...Copo d’água. Gosto amargo. Boca seca. Um saco. Atualização. Unhas roxas. Pernas doloridas. Bolsos vazios. Passado breve. É uma anta...

Rápida visita à conceituação rasa promovida pela Wikipédia e percebe-se que à quarta-feira de cinzas estão vinculadas expressões como “reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte”.

“Conversão”, “mudança de vida”. Quantos planos não são adiados para depois do carnaval? Tarefas, compromissos, projetos.. Até o amor é deixado para depois da data.

“Êfemera”... A efemeridade da vida aqui joga a favor da inconsequência, mas... Como é êfemera a sensação de euforia?!

Outras palavras que chamam atenção no texto da enciclopédia virtual: “símbolo de arrependimento perante Deus“. Podemos até entender Deus como consciência, índole, valores, autopreservação, ou qualquer sentimento que lembre “filtro”, mas não seria a quarta-feira de cinzas o dia internacional da ressaca... moral?

Mais: “jejum e abstinência”. Quantos dietas gastronômicas e alcoolicas não se iniciam agora? Quantas semanas de abistinência da vida noturna são prometidas neste momento? Purificação do corpo e da mente?

Que os exageros (alguns legítimos, outros nem tanto) do carnaval tenham deixado uma semente, uma isca, uma bússola, na direção de um resto de ano repleto de paz e amor.

Sds,

Hugo

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